Naquela manhã, o Norte acordou com um som que ninguém reconheceu de imediato.
Não era sino.
Não era lobo.
Não era vento.
Era ausência.
Helena foi a primeira a perceber.
Estava na cozinha, pegando uma jarra para encher, quando virou a torneira de pedra e… nada.
Nem um fio.
— Marta, mexeste nas válvulas do reservatório? — perguntou, tentando manter a voz neutra.
Marta franziu o cenho, as mãos sujas de farinha.
— Não encostei em nada, Luna. A água sempre corre a essa hora.
Helena apertou os lábios.
A runa, silenciosa até então, esquentou com um arrepio curto.
Algo estava errado.
Ela saiu em passos rápidos para o pátio.
O ar não estava tão frio quanto deveria.
Kael já estava do lado de fora, como se tivesse sentido a mesma coisa de outro lugar.
Os olhos dele procuravam a ponte antes mesmo de qualquer explicação.
— A água parou — Helena disse. — Aqui dentro.
Ele assentiu, tenso.
— Lá fora também.
Sigrid surgira no alto da muralha, pálida de um jeito que não combinava com ela.
— Vocês pr