Vieram do leste como sombras bem-vestidas.
Caravanas estreitas, mastros de osso, sinos de sal que não tocavam sozinhos: esperavam comando.
As lonas eram negras por fora e prateadas por dentro, como se carregassem noite e lua no mesmo tecido.
Os lobos rosnaram baixo; o vento pousou, desconfiado.
No pátio da fortaleza, o círculo do Juramento da Casa ainda brilhava no chão — cinza de pinho, sal de santuário, a brasa discreta respirando.
Helena manteve a mão fechada sobre a runa do entre.
Kael, de pé ao lado, deixou o peso da voz morar no silêncio dos músculos.
Quando os carroções pararam, desceu um homem de rosto fino, olhos pálidos, boca que parecia ter desaprendido o riso.
Trouxe um livro preso ao peito por correias de couro molhado.
Curvou-se com respeito medido.
— Curador de Brumas, a serviço da Feira de Silêncios. — A voz era clara, treinada para não tropeçar. — Trazemos acordos. Compramos o que dói lembrar; vendemos o que pesa esquecer.
Ronan rangeu os dentes.
Sigrid ajeitou