O silêncio depois da escolha foi pesado demais.
Os espelhos tremiam, esperando.
O ar parecia feito de vidro prestes a rachar.
Aren ficou no centro do pátio, os pés descalços sobre a neve.
A lua refletia o rosto dele, metade luz, metade sombra.
Helena e Kael o observavam em lados opostos — dois polos, uma só linha.
Dravon abriu os braços, a máscara inclinada.
— O Coração fala. Que o Norte ouça o que gerou.
Aren respirou fundo.
— Escolho os dois.
As três superfícies d’água se fundiram num único espelho que cobriu o chão inteiro.
A luz prateada subiu como fumaça viva.
E o som que veio a seguir não foi voz — foi batimento.
O mesmo som do lago antigo, o mesmo pulso do Coração.
Helena correu até ele, mas a luz a repeliu.
Kael tentou pronunciar o nome do filho, e o sangue subiu-lhe à garganta.
Erynn gritou:
— Ele uniu o que o Norte separou!
Dravon observava, calmo, satisfeito.
— E assim nasce o primeiro Filho com lei e alcance.
O corpo de Aren começou a se erguer do chão.
Os ol