Início / Lobisomem / A LUNA DO ALFA SEM VOZ / ✦ CAPÍTULO 34 — O JURAMENTO DA CASA
✦ CAPÍTULO 34 — O JURAMENTO DA CASA

A casa não é pedra.

É o que as pedras decidem guardar.

Na manhã seguinte à dívida, Erynn mandou tocar os sinos três vezes — não para chamar guerra, mas juramento.

Os lobos responderam com um uivo curto, contido; nas aldeias, homens e mulheres deixaram o sal sobre as portas; crianças calaram, como se soubessem ler vento.

No salão, um círculo foi traçado com cinza de pinho e sal do santuário.

No centro, quatro objetos: a concha do leste, o manto de geada, a fita de três cores e uma tigela rasa com água limpa.

— Hoje a casa aprende a falar consigo — disse Erynn. — Sem mar, sem feira, sem conselho que queira comprar silêncio com medo.

Sigrid ajeitou os fios brancos para trás e pôs a mão na fita.

— E aprende a costurar as frestas.

Kael permaneceu de pé, atrás de Helena e Lyria.

A cicatriz prateada parecia recém-escrita.

Helena mantinha a mão fechada sobre a runa do entre, como quem segura ave que ainda não aprendeu a pousar.

Ronan trouxe do pátio um braseiro baixo.

A brasa ardia sem chama
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