A casa não é pedra.
É o que as pedras decidem guardar.
Na manhã seguinte à dívida, Erynn mandou tocar os sinos três vezes — não para chamar guerra, mas juramento.
Os lobos responderam com um uivo curto, contido; nas aldeias, homens e mulheres deixaram o sal sobre as portas; crianças calaram, como se soubessem ler vento.
No salão, um círculo foi traçado com cinza de pinho e sal do santuário.
No centro, quatro objetos: a concha do leste, o manto de geada, a fita de três cores e uma tigela rasa com água limpa.
— Hoje a casa aprende a falar consigo — disse Erynn. — Sem mar, sem feira, sem conselho que queira comprar silêncio com medo.
Sigrid ajeitou os fios brancos para trás e pôs a mão na fita.
— E aprende a costurar as frestas.
Kael permaneceu de pé, atrás de Helena e Lyria.
A cicatriz prateada parecia recém-escrita.
Helena mantinha a mão fechada sobre a runa do entre, como quem segura ave que ainda não aprendeu a pousar.
Ronan trouxe do pátio um braseiro baixo.
A brasa ardia sem chama