O brilho rubro do leste não era aurora.
Era gente.
No amanhecer seguinte, os batedores voltaram cobertos de fuligem.
— Acamparam na Foz de Cinza — relatou o primeiro, a voz rouca. — Fogos grandes, riso fácil, lâminas negras.
— Não são do mar — completou o segundo. — O mar respira. Eles… queimam.
Ronan estendeu no salão um mapa recém-rasgado e marcou três pontos com carvão: fogueira maior, tendas baixas, um mastro alto cercado de brasas.
— Chamam-se Vagabundos de Fogo — disse, cuspindo a palavra como se queimasse a língua. — Saltimbancos quando convém, saqueadores quando dá, mercenários quando pagam.
Sigrid fungou.
— E idiotas sempre.
Erynn pousou o cajado sobre o mapa.
— O leste chamou, e eles ouviram. Onde há portão, há quem traga feiras… e feridas.
Helena olhou para Kael.
— Não podemos deixá-los perto da concha.
— Nem da menina — respondeu ele, os olhos ficando de lobo.
Lyria apareceu na porta, de mãos dadas com uma aprendiz mais velha.
— Eles cantam? — perguntou, num sussurro.
Hele