O campo ficou em silêncio depois do rugido.
Nenhum lobo se movia.
Nenhum homem falava.
O vento, que antes gritava, agora apenas rondava — como fera cansada.
Helena ajoelhou-se ao lado de Kael.
Ele ainda respirava, mas o sangue que escorria de seu ombro era escuro demais.
Erynn veio correndo, o manto arrastando neve e cinzas.
— O reflexo o marcou — disse, agachando-se. — Fogo dourado. Não é ferida comum.
Helena olhou a pele queimada e sentiu o peito arder.
— Ele salvou o Norte.
Erynn balançou a cabeça.
— O Norte não se salva com um rugido. Salva-se com silêncio. E ele já deu o dele.
Kael abriu os olhos, prateados e febris.
Tentou se erguer, mas o corpo não obedecia.
Helena segurou o rosto dele entre as mãos.
— Fica quieto. — A voz dela saiu suave, mas firme. — Eu não vou deixar que o tirem de mim.
Por um instante, o olhar dele se suavizou.
E ela ouviu, sem som, dentro da mente:
Tu não me perdes se me guardas em ti.
O selo no ombro dela pulsou, respondendo.
Uma linha dourada desceu pelo