Com as mãos firmes no volante, Karen dirigia tomada por uma irritação crescente que se intensificava a cada quilômetro percorrido. Já fazia três dias desde a última vez que ouvira a voz da mãe, e o silêncio prolongado apenas alimentava sua apreensão.
Desde que havia dito à mãe que não queria mais manter contato, as ligações diárias tornaram-se uma insistência constante, duas vezes por dia sem falhar. Agora, porém, o silêncio prolongado quebrava o padrão, e essa ausência de chamadas começava a corroer os nervos dela.
"Será que ela já tinha desistido? Ela jamais permitiria que aquilo terminasse assim, não sem sua permissão!"
Naquele instante, dirigia até a casa da mãe, mas não com a intenção de se reconciliar. O que queria, de fato, era lembrá-la de sua traição e fazê-la implorar novamente por sua afeição, só para depois virar as costas mais uma vez.
Ao estacionar diante do portão, franziu o cenho ao perceber que ele não se abriu como sempre fazia. Em seguida, esperou por alguns segundos