Uma musica acaba e outra começa, Celina não para. Dança uma atrás da outra.
Em poucos compassos, três homens se aproximam. Um grupo de universitários bêbados faz um semicírculo, assoviando. Outro sujeito puxa conversa, perguntando se ela quer beber algo. Celina recusa com um aceno distraído, mas, no fundo, acha divertido o zunido de testosterona pairando à volta — é como dançar à beira de um precipício, sabendo que existe uma rede de proteção… e prisão.
Dante não demora a agir. Surge ao lado do primeiro cara: um rosnado curto, inaudível para humanos, mas apenas sua presença faz o rapaz empalidecer e ceder passagem. O segundo recebe um esbarrão “acidental” que o desequilibra. O terceiro nem chega a falar; seus olhos batem na máscara de lobo e ele recua, resmungando algo sobre “malucos fortões”.
Celina gira e dá de cara com o peito de Dante.
— Você vai ficar espantando todo mundo? — Ela -pergunta, arqueando uma sobrancelha, tentando fazer seu tom parecer indignado.
Ela não quer que nenh