O silêncio que se instalou entre eles não era desconfortável. Era denso. Carregado de tudo o que havia sido dito… e do que ainda não tinha encontrado coragem para sair.
Damian permanecia sentado, os cotovelos apoiados nos joelhos, o olhar perdido em algum ponto do chão. Não havia pressa nele. Nem cobrança. Apenas cansaço, daquele tipo que vem de quem passou tempo demais tentando ser forte sozinho.
Amélia foi a primeira a se mover.
Aproximou-se devagar e sentou-se ao lado dele, sentindo o peso silencioso daquele homem que parecia carregar o mundo nas costas. Sem dizer nada, apoiou a mão em seu antebraço. Um toque simples. Cuidadoso. Quase um pedido de permissão.
— Você não precisa enfrentar tudo sozinho — disse em voz baixa. — Não mais. Acho que… de alguma forma, eu posso ajudar.
Damian fechou os olhos por um instante, como se aquelas palavras tivessem atravessado defesas antigas.
— Eu passei anos acreditando que precisava dar conta de tudo sozinho — respondeu, a voz rouca. — Que, se e