Amélia brincava com a comida no prato, ainda vestindo a mesma roupa do evento. O brilho do tecido contrastava com o olhar vazio. Fiona havia pedido aos cozinheiros que preparassem o prato favorito da menina.— Querida, você pode tirar as luvas aqui em casa — disse Fiona com a voz suave, sentando-se à frente dela. — Pedi para as meninas higienizarem tudo: mesa, talheres, copos… Está tudo seguro, está bem?— Pode confiar — completou Simon com um sorriso acolhedor. — Eu mesmo acompanhei a limpeza.Amélia manteve o olhar fixo no prato, como se o simples ato de respirar fosse um esforço.— Lia, você sabe como o papai é meticuloso — disse Tessa, tentando aliviar o clima. Ela estendeu a mão e pousou-a sobre a da amiga. — Está tudo limpo, eu prometo.Mas o toque, em vez de acalmá-la, pareceu despertar algo.Amélia puxou as mãos de volta para o colo, tremendo. O ar ficou pesado, e as lembranças daquele dia voltaram com força. As lágrimas vieram sem aviso.— Lia… — Tessa sussurrou, preocupada.
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