Simon Kaelen
Eu me afastei da biblioteca, deixando meus pais em um silêncio que parecia uma encenação. Eles poderiam estar chocados, surpresos ou apenas representando o teatro da família Kaelen; eu não me importava com nenhuma das opções. O que eu realmente precisava era de resultados.
Subi para o meu antigo quarto. O ambiente era um sarcófago branco, intacto, sem vida, mas que agora, ironicamente, fedia a hotel e a sexo. Longe do cheiro floral de minha mãe e da formalidade sufocante de meu pai, peguei o celular, liguei para o meu chefe de segurança.
— Dante.
A voz de Dante soou tensa, eletronicamente distorcida pelo celular. Ele sabia que eu buscava respostas e não desculpas.
— Senhor, o relatório sobre a mulher. É... é inconclusivo.
O que ele me trouxe deveria ser uma piada. Eu ri. Um som seco, amargo, sem qualquer entoação de humor.
— É pra isso que você serve? — perguntei, deixando que o silêncio da linha transmitisse mais ameaça do que qualquer grito. Ele havia terminado de me r