Ele queria ser o descanso, o abrigo, a promessa de que ela não estava sozinha.
Mas ao mesmo tempo, havia um peso dentro dele: a consciência de que talvez fosse tarde demais. Seis anos a amá-la em silêncio, a vigiá-la à distância, a sufocar cada impulso de se declarar. Perguntava-se se Darya algum dia conseguiria ver nele mais do que um noivo imposto, mais do que um homem determinado a estar presente.
Virou-se ligeiramente, apoiando o braço debaixo da cabeça, e sorriu quase sem perceber. Ela estava ali. Estava a dormir a seu lado, confiara nele o suficiente para se entregar ao sono profundo. Isso bastava. Por agora, isso bastava. As palavras dela ecoavam-lhe na mente: “Devias descansar.”
Matteo era um homem habituado a lutar contra o sono, a passar noites em claro quando algo lhe inquietava. Mas, desta vez, decidiu obedecer-lhe. Não por cansaço apenas, mas porque queria honrar o pedido dela. Queria mostrar-lhe, mesmo que em silêncio, que as suas vontades tinham importância.
Fe