— Obrigada… — murmurou. Hesitou, como se lutasse consigo mesma para decidir se falava ou não o que lhe ia no coração. — Mas… estiveste acordado este tempo todo?
— Sim. — respondeu sem demora.
— Não devias. Faz mal ficar sem dormir.
Ele deu um passo em frente.
Era a primeira vez, desde o noivado, que trocavam palavras que não estavam ligadas a obrigações, aparências ou protocolos.
Era uma conversa simples, mas carregada de algo novo.
— Fiquei acordado para o caso de precisares de mim.
Afirmou, como se fosse uma verdade inquestionável.
Darya fitou-o, surpresa. As palavras, tão banais em aparência, soaram-lhe como algo impossível. Ninguém, desde a morte do pai, mostrara tal cuidado. Sempre fora ignorada, silenciada, como se a sua dor não tivesse importância. Engoliu em seco, sentindo o coração tremer.
Quis dizer o quanto aquilo significava. Quis agradecer de forma mais profunda. Mas a voz interior, moldada por anos de rejeição, cortou-lhe as intenções: não fales demais, nã