(P.O.V. Cael Genevesse)
O mar sempre foi o mesmo — calmo na superfície, imprevisível nas profundezas.
Assim como ele.
Cael caminhava pela areia úmida, o vento cortando o rosto.
Observava de longe a figura ajoelhada — Arthur Vasconcellos Moreau, o herdeiro de um império construído sobre segredos e silêncios. Mesmo sem nunca ter participado do poder dos Vasconcellos, Arthur erguera o próprio domínio — um império feito de estratégia, influência e dela.
Isabela Moreau Genevesse.
Ela era o centro de tudo, embora ainda não soubesse.
E, como sempre, o destino dela estava costurado ao dele.
— É preciso monitorar tudo. Cada movimento precisa ser perfeito — disse sem olhar para o assistente ao lado.
— Entendido, senhor — respondeu o homem, afastando-se.
Cael permaneceu de pé diante do mar e tirou do bolso uma moeda antiga.
Passou os dedos sobre o metal frio, desgastado pelo tempo.
Era o único objeto que restara do passado — o símbolo da noite em que tudo mudara.
A moeda fora entregue por uma mu