Sofia respeito fundo antes de responder.
— Veremos — respondeu ela, sem recuar.
— E tem mais: eu vou readmitir o Davi. E se me der vontade, eu transo com ele na minha sala ou em qualquer lugar desta empresa. Porque ela é tão minha quanto é sua, Mikail. E só pra te provar do que sou capaz, sou capaz de fazer isso aqui, na sua sala, se tiver vontade.
A provocação caiu como gasolina em fogo aberto. Mikail ficou imóvel por um segundo, tentando conter o impulso que lhe subia pelo corpo. A mandíbula travada, o peito arfando, o olhar incendiado.
Então, num rompante, ele ergueu a mão, furioso, como se fosse lhe dar um tapa.
Sofia não recuou. O desafio ardia em seus olhos.
— Está esperando o quê? — sussurrou, firme.
— Me bata se for homem ?
Ele ficou parado, tremendo de raiva. E, de repente, o ódio se dissolveu em algo mais forte, mais perigoso. Ao invés de acertá-la, Mikail a puxou com violência para seus braços.
O beijo veio como uma punição. Um choque de raiva, desejo e orgulho