CAPÍTULO 102
Onde o luto ainda respira
A mansão M&B parecia maior naquela manhã. O portão de ferro se abriu com o rangido grave que Alinna conhecia bem. Caio dirigia devagar, como se quisesse dar tempo para ela absorver cada detalhe.
Quando o carro parou, ela respirou fundo antes de descer. O ar ali era diferente — mais pesado, como se as paredes guardassem lembranças demais para um só lugar.
Subindo os degraus de mármore, ela caminhou pelo corredor amplo, passando pelas portas fechadas, até parar diante de uma em especial. Era o quarto de hóspedes… pelo menos para todos os outros. Para ela, sempre seria o quarto dela.
A mão subiu sozinha, tocando a madeira fria. O gesto simples fez com que as lágrimas começassem a cair.
— Amor… o que foi? — Caio se aproximou, preocupado.
Ela engoliu seco.
— Eu… não tive coragem de entrar aqui ainda.
— Por quê, amor? O que tem aí?
Alinna desviou o olhar e caminhou até o quarto ao lado, aquele que havia dividido com Eduard. Sobre a penteadeira, um po