CAPÍTULO 103
Quando o vento da mudança começa a soprar.
As escadas da mansão ecoavam sob os saltos de Alinna. O mármore claro refletia a luz da manhã, e cada degrau parecia carregado de um silêncio que anunciava mudança.
Ela surgiu no patamar principal com a postura ereta, como quem havia decidido que o luto não seria mais uma prisão, mas sim uma armadura.
O terno bege de corte impecável delineava sua figura sem exageros, elegante e firme. Por dentro, a camisa de seda marrom escorria com sofisticação até os punhos. Os saltos faziam o som seco de comando a cada passo. No colo, repousava um colar delicado: um pingente em forma de menino, memória viva do filho que partiu. O cabelo solto caía pelos ombros, contrastando com os óculos escuros pendurados na frente do peito — um detalhe quase despretensioso, mas calculado para passar poder e naturalidade ao mesmo tempo.
Caio a esperava no hall, já bem alinhado em jeans escura e camisa social creme. Não havia gravata, mas o ar de autoridade es