CAPÍTULO 8
Ele tinha 17. Ela, a alma ferida de uma mulher de 28.
OITO ANOS ANTES…
O salão da fundação Moreau&Bastien estava cheio, iluminado por vitrais altos e o som suave de um piano ao fundo. Era mais um evento beneficente da empresa, criado em memória de Céline Bastien — ex-bailarina e mãe de Caio. Uma noite “de gala”. Chique demais pra alguém como ele.
Caio, 17 anos, terno preto mal arrumado, gravata frouxa e olhar entediado, encostava-se num dos pilares de mármore. Esperava a hora de ir embora. Até que ela apareceu.
Ela.
Alinna.
Não era jovem como as garotas que riam nervosas nos cantos. Era uma mulher. Corpo firme, olhar cansado. Dançava descalça no palco, como se aquela fosse a única forma de não afundar. Vestido azul escuro. Cabelos soltos.
Movimentos precisos. Intensos. Mas havia algo quebrado por trás daquela dança.
Caio prendeu a respiração.
Parecia que o mundo inteiro tinha ficado em silêncio.
— Quem é ela? sussurrou para seu amigo ao lado.
— Alinna Tavares. Professora d