CAPÍTULO 46
Quando até a dor precisa sorrir diante do ouro que tudo cobre.
Os sinos do castelo tocaram, e os recém-casados iniciaram a caminhada de volta pelo corredor. O tapete branco com bordas douradas agora servia de moldura para a cena mais comentada do ano: Alinna e Eduard, lado a lado, casados.
Ambos caminhavam com postura impecável. Os sorrisos eram sutis, como se escondessem tempestades atrás da calma. Ela não apertava o braço dele, ele não puxava o dela. Os dois se mantinham firmes, mas livres. Unidos por um elo invisível, mas irrefutável.
— Eles parecem de outra era… — sussurrou uma repórter. — Como se tivessem saído de um filme antigo.
— Ou de um reinado que a gente não sabia que existia. — respondeu outra.
Alinna não se deixou distrair pelos comentários, embora os ouvisse. Seu olhar estava à frente. Mas quando cruzaram os portões do salão, ao ar livre, algo mudou. A brisa tocou seu rosto. E ali, por um instante, ela sentiu o mundo respirar.
Uma mulher se aproximou com pas