Mikhail Vasiliev
Eu não sabia ficar parado quando algo fugia do meu controle. Ficar parado era desperdício de ar. Então, assim que soube que ela tinha sumido — sumido de verdade, sem rastros — eu montei um ponto e gritei ordens:
— Vasculhem tudo. Ruas, hospitais, bordéis, delegacias particulares. Todo mundo que conhece a cidade, ligado a nós. Agora saiam! — Não dei chance para ninguém argumentar. Quem me conhecia, sabia que quando eu mandava, eu não voltava atrás. — Eu vou te encontrar, Alena. Eu vou te encontrar, meu amor. Nem que seja a última coisa que eu faça nessa vida. — sozinho, fiz uma promessa ao vento como se ela pudesse me ouvir.
Respirei fundo e sentei para fazer o que estava ao meu alcance.
Enquanto eu organizava a primeira leva de homens, o corredor do meu escritório encheu de passos e vozes, o que já achei estranho, e alguém bateu na porta como se a casa pegasse fogo. Levantei rápido da poltrona e dei de cara com um rosto que não esperava ver ali: O cara do outro dia.