Mikhail Vasiliev
Depois que Ilya saiu, ninguém disse mais nada. Sinceramente, eu preferia que minha irmã continuasse aqui. Talvez assim facilitasse as coisas.
O silêncio que se instalou depois de tudo aquilo era quase insuportável. E ver a expressão no rosto dela me matava, porque eu não sabia exatamente o que ela pensava sobre tudo, sobre mim. Será que ela sentia medo de mim? Ou passaria a sentir daqui em diante? Medo que eu fosse como meu pai?
Eu conseguia ouvir a respiração dela, curta, como se o ar tivesse se tornado pesado demais para caber nos pulmões. Não precisei encará-la para saber a expressão que estava estampada em seu rosto: choque, medo, talvez até nojo. O mesmo olhar que tantas vezes já me foi dirigido por outros — por inimigos, por aliados, até por aqueles que um dia se atreveram a chamar-se de família.
Mas havia algo diferente em Alena. Eu conseguia sentir. Mesmo sem olhar, mesmo sem ouvir uma palavra sequer dela, havia algo na tensão que pairava entre nós que me di