Mikhail Vasiliev
Eu estava conversando com um dos mafiosos alemães com quem tinha “parceria”, mas não conseguia tirar os olhos de Alena um segundo sequer. E acho que, mesmo sem dizer nada, ele percebeu a tensão — ou pelo menos que tinha algo ali.
A festa já tinha perdido a graça. As luzes ainda estavam acesas, algumas risadas ecoavam pelo ambiente, mas eu só queria ir embora. Alena estava sentada em uma das mesas, sem os sapatos, massageando os pés como se tivesse corrido uma maratona. Não julgava. Aqueles saltos que ela usava pareciam instrumentos de tortura. Ilya tinha sumido, provavelmente se enfiado em algum canto com mais um dos seus casos da noite. E eu? Eu estava ali, preso naquela tensão insuportável desde o maldito beijo que troquei com Alena.
Eu não deveria ter feito aquilo. Mesmo estando desesperado para despistar aquele cara. Agora, já começava a me arrepender.
— Vamos? — perguntei, parando ao lado dela.
Ela levantou a cabeça e assentiu, meio envergonhada. Parecia evitar