Mikhail Vasiliev
O gosto dela ainda estava na minha boca, mesmo depois que soltei sua cintura e me afastei com um passo rápido. Alena ficou parada por um segundo, como se tivesse levado um soco. A respiração curta, os lábios entreabertos, o olhar perdido em mim.
Merda. Eu tinha me empolgado. De novo.
— Vamos. — murmurei, passando a mão pelos cabelos e tentando retomar o foco. A adrenalina ainda latejava nas pontas dos meus dedos e fazia minha língua formigar.
Ela assentiu, em silêncio. Dessa vez não disse nada sarcástico, nenhuma pergunta atravessada. Apenas me seguiu pelo corredor como se ainda estivesse tentando entender o que havia acontecido. E eu também. Aquilo era para despistar, para garantir que nenhum idiota se metesse com o que era meu. Era para marcar território.
Então por que diabos parecia que eu tinha pulado de um penhasco?
Voltamos ao salão principal. Os convidados já começavam a se movimentar, alguns em direção à área externa, onde os fotógrafos aguardavam para os reg