Mikhail Vasiliev
A água do chuveiro escorria pelo meu corpo, levando embora o suor da manhã — mas não o desejo. Isso não saía fácil. Não importava quantas malditas repetições eu fizesse: a tensão continuava ali. Cravada. Viva. Pulsando sob a pele.
Saí do banho e sequei o corpo, ainda com o maxilar travado. Vesti uma bermuda escura, uma camiseta qualquer e fui direto para a cozinha, onde a empregada já havia deixado o café pronto.
— Onde está Alena? — perguntei, sem rodeios.
— Bom dia, senhor. — Olga, minha empregada, fazia isso sempre que eu não a cumprimentava direito. Era uma espécie de desafio, mas eu não me importava, até gostava, confesso. — A senhorita Alena tomou café mais cedo e subiu para o quarto com a senhorita Ilya. — respondeu a funcionária.
Assenti com um movimento seco de cabeça e me sentei à bancada. Tomei o café em silêncio, mas a imagem dela espiando minha malhação ainda queimava por dentro. Aqueles olhos arregalados, o rosto corado, o jeito como os lábios se entreab