Mikhail Vasiliev
Saí da mansão de Carlo Moretti com o sangue fervendo, a respiração pesada e o coração batendo como um tambor dentro do peito. O ar parecia mais pesado, como se até mesmo o vento estivesse contra mim. Tudo em mim gritava violência, destruição, morte. E, para ser honesto, naquele momento eu não confiava nem em mim mesmo.
Foi então que ouvi uma voz me chamar:
— Mikhail.
Ignorei. Continuei caminhando em direção ao meu carro. Meus passos eram firmes, quase secos, como se cada um fosse uma martelada no chão.
— Mikhail! — a voz insistiu, mais próxima dessa vez.
Não olhei para trás, não diminuí o ritmo. Só queria entrar no carro e pensar. Ou talvez nem pensar, talvez apenas deixar a fúria me guiar.
Mas antes que conseguisse alcançar a porta, senti uma mão firme me segurar pelo braço. O aperto foi tão forte que me fez parar no ato.
Virei o rosto com ódio nos olhos. Era Sergei.
— Solta. — minha voz saiu baixa, carregada de ameaça.
Ele não soltou. O olhar dele estava cravado no