Atena Godoy
Sentada em minha mesa, deixo o olhar vagar pela janela, tentando encontrar algum ponto de paz em meio a tantas incertezas. Meus olhos se perdem no céu nublado, que, de alguma forma, reflete o emaranhado de pensamentos que invadem minha mente sem pedir permissão.
Minhas mãos deslizam para o colar que carrego, quase como uma âncora, enquanto tento organizar tudo o que sinto. É nesse momento que a porta se abre e Murilo entra. Ele me encontra parada, perdida, e para, observando-me por um instante.
— Atena? O que aconteceu? — ele pergunta, com a preocupação habitual, embora sem se intrometer demais.
— Ah, Murilo... não é nada demais — respondo, tentando forçar um sorriso, mas a expressão dele mostra que meu disfarce não convence.
Ele se aproxima e coloca a pasta com o balancete em minha mesa.
— Aqui está o relatório que pediu. — Ele deixa a pasta e faz um aceno discreto antes de sair.
Espero que ele tenha acreditado que estou bem, que não perceba o nó em minha g