O gosto metálico voltou assim que acordei.
Não tão forte quanto antes, mas ainda suficiente para me fazer fechar os olhos e respirar devagar, como se o mundo estivesse girando um pouco mais rápido do que deveria. Eu já estava com oito semanas, e embora os enjoos estivessem diminuindo, eles ainda insistiam em aparecer nos piores momentos.
Me sentei na cama devagar, apoiando a mão na barriga que ainda não mostrava nada. Era estranho… tão vazio por fora, tão cheio por dentro.
Noah ainda dormia ao meu lado.
Ele vinha todas as noites que conseguia — e, ultimamente, eram quase todas. Às vezes exausto, às vezes irritado, às vezes quieto demais. Mas ele vinha.
E isso criava uma mistura perigosa entre esperança e medo em mim.
Eu me levantei com cuidado, tentando não acordá-lo, e fui até a cozinha pequena do apartamento. Preparei um chá, o único que meu estômago tolerava agora, e fiquei ali parada, olhando a água quente subir em pequenos vapores.
A campainha do celular vibrou.
Era mensagem de O