O despertador tocou antes mesmo de eu conseguir completar um ciclo decente de sono. Me estiquei na cama devagar, uma mão instintivamente pousando na minha barriga — um hábito automático que eu tinha adquirido sem perceber, como se meu corpo estivesse lembrando que não estava mais só.
O enjoo daquela manhã veio suave, quase tímido, mas ainda assim presente. Era como uma sombra que insistia em me acompanhar.
Noah ainda dormia ao meu lado, o rosto relaxado, os cabelos bagunçados tipo de quem apagou assim que encostou a cabeça no travesseiro. O quarto ainda estava escuro, só uma fresta de luz escapava pela cortina.
Ele parece tão… cansado.
Mais do que ontem.
Mais do que semana passada.
Mais do que deveria.
E uma culpa miúda — incômoda, persistente — apertou meu peito.
Peguei minhas coisas com cuidado para não acordá-lo e fui me arrumar para o estágio. Quando terminei, deixei um beijo leve em sua testa.
Ele nem se mexeu.
***
O dia no estágio passou arrastado. Eu estava distraída, inquieta.