Meu Deus, Santino... Por que age assim?
Santino
Lola me segue até a biblioteca. Fecho a porta e a fito longamente.
— Lola, como sabe, essa situação é difícil para mim. Mais cedo ou mais tarde, eu sei que isso aconteceria e eu teria que enfrentá-la.
Quando encaro aqueles olhos tristes, me odeio.
— Santino, você sabe minha opinião sobre isso. Nunca concordamos com seu afastamento. Você vive repetindo que se mudou para refazer sua vida, mas, para mim, é como se você tivesse entrado numa caverna e vivido nas trevas, só para não encarar sua nova realidade. E, pelo visto, continua com a mesma postura… Saiu para a luz, mas continua caminhando nas sombras.
Respiro fundo. Uma risada amarga escapa. Ela está certa. Está cruelmente certa. Passei esses anos fugindo — correndo — e a maneira que encontrei para me esconder foi me jogar no trabalho. Viajar para outro país. Não dar a ninguém a chance de se aproximar. Me esquivar do risco da rejeição.
— Eu escolho esse estilo de vida, Lola. E, nos últimos três anos, me viro muito bem.
— Você