Depois de cinco minutos, eu o encontro lá fora. Ele está de costas para mim, com as mãos nos bolsos. Quando sente minha presença, se vira. Seu rosto está sombrio. Eu sorrio para ele. Santino não move um músculo do rosto e começa a caminhar em direção ao carro. Aperto os passos e o acompanho.
— Sua loja fica no centro?
— Sim, quando estivermos lá, eu te oriento.
Solto um suspiro ao perceber que algo o incomoda. Ele está tão tenso que parece carregar um motivo muito mais agudo do que a contrariedade em me levar. Então um sentimento forte aperta meu coração. O acidente. Desde que tudo aconteceu, essa é a primeira vez que saímos de carro juntos.
Santino, como um cavalheiro, abre a porta para mim. Sinceramente, não esperava esse gesto dele. Ocupo meu assento e, quando ele se aproxima para entrar, seu corpo congela por um instante. Ele para os olhos fixos no volante, como se repentinamente percebesse que vai dirigir o meu carro — o carro onde estivemos juntos naquele dia que ele não consegu