A mansão Lancaster estava impecável. Como se alguém tivesse estendido um véu de porcelana sobre os móveis, as cortinas, as flores meticulosamente dispostas sobre a mesa que levava à escadaria principal. Tudo organizado demais aos olhos dela. Havia algo naquele silêncio... que era diferente. Gélido. Carregado de significado. Quase profano.
Valentina subiu as escadas com passos firmes, mas os dedos tremiam levemente ao tocar a maçaneta do quarto principal. Victor não estava ali. E sua ausência parecia ecoar pelas paredes como um presságio.
Sem perder tempo, desceu os degraus e atravessou os corredores com passos leves e exatos, como se o chão da mansão pudesse traí-la. Seguiu até o porão, onde uma porta oculta se escondia, atrás de uma estante antiga, carregada de livros. Puxou um exemplar específico, sobre táticas de xadrez, e ouviu o estalo do mecanismo oculto. A estante deslizou, revelando uma passagem estreita e úmida que levava ao laboratório secreto.
A penumbra era cortada apenas