O porto fervilhava com a movimentação da aurora. Empilhadeiras roncavam, contêineres balançavam nos guindastes, e o cheiro de maresia misturado ao óleo queimado impregnava o ar. Entre os corredores metálicos, dois homens observavam o cargueiro que se preparava para partir rumo a um destino cuidadosamente forjado.
Victor ajeitou os óculos escuros. O reflexo das luzes piscava nas lentes espelhadas. Ao seu lado, Lorenzo tragava um charuto com a calma de quem conhece bem o poder que carrega.
— Ela ficou mordida. — Comentou Victor, cruzando os braços. — Esperava que depois de tudo eu fosse correndo atrás dela, com aquela recepção calorosa... Mas entreguei exatamente o que estava desejando. Finalmente ela sentiu um pouco da minha frieza, do meu desprezo. Isso deixou ela maluca