Mais uma manhã atravessa essa minha agora vida de incertezas e medos. Acordei com o cheiro de café. Brandon sempre acorda antes de mim e prepara tudo como um ritual. Café coado na hora, frutas cortadas com perfeição quase obsessiva. Tão atencioso. Tão dedicado. Tão... perfeito.
Perfeito demais.
— Dormiu bem, amor? — ele perguntou, pousando uma xícara diante de mim, sorrindo como se nada mais existisse no mundo além de nós dois.
— Dormi, sim. Um pouco cansada, só. — Murmurei, evitando seus olhos.
Ele se sentou à minha frente, deslizando uma das mãos pela minha. Tentei sorrir. Mas meu coração já não batia com tanta leveza. Desde o encontro com o homem na rua, aquele que dizia ser meu marido, algo havia mudado em mim. Não era uma lembrança, não era uma certeza. Era só um desconforto. Um pressentimento surdo.
Brandon controlava tudo. Até demais.
Nos últimos dias, percebi que ele programava minha rotina com um zelo exagerado. A televisão estava sempre com canais restritos. Quando tentava a