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Capítulo 4  Farsa vestida de Amor

Vitório congelou.

— Isso é impossível... minha equipe analisou tudo. Havia boas referências...Eu revisei tudo pessoalmente.

Vitório pegou os papeis assinados pelo pai, as informações não batiam.

Otávio berrou.

— Os ativos deles estavam comprometidos! E você assinou um contrato que exige pagamento imediato e entrega do nosso capital em caso de falha na execução dos projetos! Está no maldito contrato! – o peito de Otávio subia e descia rapidamente. – Você nos afundou! Como pode ser tão estúpido, Vitório?!

O telefone tocou. Otávio atendeu. Ficou em silêncio por um momento e então murmurou.

— Entendo. Façam o que for preciso...

Ao desligar, ele olhou para o filho com uma expressão de devastadora decepção. Vitório sentiu como se levasse um soco na cara, nocauteado.

— A diretoria está em fúria. Estamos em queda livre. Você destruiu a companhia que eu construí com tanto esforço. A Acrópole está condenada por causa da sua incapacidade e irresponsabilidade.

Otávio contraiu o rosto em dor, levou a mão ao peito.

- PAI! – Vitório gritou alarmado.

E então ele caiu. Como uma árvore centenária. Otávio Darius sofreu um infarto ali mesmo.

Vitório gritou por ajuda, carregando o pai nos braços. O desespero engolindo tudo. No hospital, à espera de respostas, viu seus irmãos entrarem. Ícaro o fitou com olhos como madeira em brasas.

— O que você fez?! Traiu o papai, traiu nossa família! Entregou a empresa para seus comparsas para ficar com tudo depois!

— Não seja idiota. Eu não faria nada contra nossa empresa. Houve algum engano, pesquisei muito bem a Rosentown. Eu não sabia que eles tinham intenções escusas!

— Um erro? Isso foi sabotagem e ganância! Assinou aquilo por quê? Foi obrigado? – Ícaro cuspiu, o empurrando com força para fora da sala de espera. – Não foi! Você que aprendeu tudo com o papai, que estudou com os melhores professores, que entende tudo e mais um pouco do mundo corporativo! Você não cometeria um erro desses!

A discussão saiu do controle. Socos trocados no jardim externo do hospital. Sangue nos lábios, dignidade no fio da navalha. Vitório gritou.

— Eu revisei o contrato! Não havia nada que indicasse risco!

Então lembrou. A revisão final feita por ... Astrid.

Sem mais uma palavra, Vitório ignorou seus irmãos. Correu para seu apartamento. Vasculhou seu escritório, revirando pastas, arquivos, gavetas. A cortadora de papel indicava uso recente. Dentro, encontrou fragmentos de um contrato. Retirou, montou as páginas como um quebra-cabeça de horrores. O original. Sem as cláusulas que faziam da Acrópole, a presa da Rosentown.

Rapidamente, abriu seu e-mail, comparou com a cópia enviada para o sistema da empresa. O documento oficial havia sido estrategicamente adulterado.

- Não... ela não faria isso! Isso não é possível!!! – gritou, arremessando todo o conteúdo de sua mesa ao chão.

Partiu para o apartamento de Astrid alucinado pela possível traição, dirigindo sua moto a mil por hora. Assim que apertou o interfone, ela abriu a porta com um sorriso calmo e olhos perspicazes.

— Amor... você parece pálido. O que houve? – Ela fechou a porta assim que ele entrou. E tentou tirar o blazer de Vitório, como sempre fazia.

— Astrid, a Rosentown... – Vitório se afastou, a analisando. – Você fez a última revisão do contrato.

Astrid cruzou os braços, mudando sua postura. Ela entendia perfeitamente o que estava acontecendo.

- Abriram falência. Estão exigindo absorver o capital da Acrópole. A empresa está prestes a falir. E o contrato... estava em suas mãos.

Astrid não negou. Apenas se aproximou, os olhos calmos, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Como se esperasse por esse momento.

— Vitório... você nunca teria tudo se continuasse obedecendo seu pai. Fiz isso por nós. Para termos liberdade, e o poder que ele te negou. A Rosentown é minha. Agora podemos criar algo novo, só nosso. Sem a interferência do seu pai ou seus irmãos.

Ele a afastou com brutalidade, fazendo Astrid se segurar na parede para não cair.

— Você sabe o que fez?! Está destruindo tudo que meu pai construiu! Ele pode morrer! – seus olhos irados pousaram nela, em descrença. – Não existe nada separado da minha família. Nós somos os Darius, não existe a menor possibilidade de traí-los e abandoná-los.

Ela tentou se recompor, chorando de forma teatral.

— Me ouça, amor. Seu pai vai sobreviver... E podemos recuperar tudo. Planejei tirar só setenta por cento. A Acrópole se reergue, e nós teremos nosso futuro...sozinhos.

Vitório olhou para ela como se visse um monstro sob a pele perfeita. Um espectro de ambição e mentira.

— Você não passa de uma ordinária ambiciosa.

Ela caiu no chão quando ele a empurrou, para sair pela porta. E ele a deixou ali. Sozinha, entre os cacos de uma farsa que vestia o nome de amor.

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