Hans
O silêncio havia se tornado parte da rotina desta casa.
Ele se considerava um homem sensato, que sempre apreciou a quietude e a tranquilidade, era pacifico e um bom agente para racionalizar seus pensamentos.
Entretanto, essa quietude que tanto apreciava, se tornou a voz de seus fantasmas. Hans se levantou e caminhou pelo escritório luxuoso, revestido por madeira escura envernizada, seus passos o levaram de volta ao ponto de partida, a vasta janela panorâmica, onde a chuva começava a castigar aquela cidade que sinceramente detestava.
Beth gostava da chuva, assim como Berna. Elas tinham isso em comum.
Enfiou as mãos nos bolsos da calça, o formigamento em seus membros o perturbava como o inferno. Seus músculos doíam de tensão, e seu maxilar permanecia cerrado desde o momento em que entrou nesse prédio maldito e soube que ela havia fugido.
Bettany, a doce menina indefesa a qual se tornou sua maior vergonha e descontrole, agora estava sozinha nessa cidade imunda, cheia de ladrões,