Vivian
A estrada até a casa de campo pareceu interminável. Vivian não trocou uma única palavra com Eduardo durante o trajeto. Sentada no banco do passageiro, o corpo ainda tenso pela forma como fora arrancada do bar, mantinha os olhos fixos na janela. As luzes da pequena cidade ficaram para trás, e o silêncio dentro do carro era sufocante.
Eduardo dirigia com os maxilares travados, os dedos batendo no volante em um ritmo impaciente. A respiração dele era pesada, quase irregular, como se estivesse lutando consigo mesmo.
Quando finalmente estacionaram diante da mansão, Vivian abriu a porta do carro antes mesmo de ele desligar o motor. Desceu com passos rápidos e firmes, ignorando completamente os convidados que ainda conversavam no terraço, alguns com taças de vinho na mão, observando a cena com olhos curiosos.
- Boa noite, Vivian - um dos tios Braga tentou cumprimentá-la, surpreso com a pressa dela.
Ela não respondeu. Passou direto, o queixo erguido, sem dar atenção a ninguém. Eduardo,