Vivian
Vivian estava sentada à mesa principal dos Braga, lugar que sempre lhe parecia o mais sufocante. Ali estavam reunidos os parentes mais velhos, aqueles que cultivavam uma antipatia quase declarada por ela. Os olhares críticos, os cochichos velados, a sensação constante de ser avaliada como quem examina uma peça defeituosa em meio a um conjunto de relíquias.
E, para piorar, Eduardo não estava ali. Ele havia se afastado sob o pretexto de que precisava tomar ar. Isso já fazia tempo, e Vivian sentia cada minuto de sua ausência como uma condenação. Sentada sozinha, sem a barreira da presença dele, estava exposta ao julgamento direto dos que nunca a aceitaram.
Cristina, como sempre, aproveitou a oportunidade.
- Meus caros, permitam-me apresentar Julia Botelho. - A madrasta de Eduardo ergueu a voz doce demais, carregada de malícia. Ao seu lado, uma jovem alta, elegante, com os cabelos castanhos caindo em ondas perfeitas, sorria com desenvoltura. - Julia acaba de regressar da Europa. É