Eduardo
Foi criado para manter o controle - pessoas, negócios, emoções.
Mas naquela noite, nem mesmo a própria respiração parecia obedecer a ele.
Desde que vira Vivian entregar o presente de Matheus ao avô, o ciúme havia se instalado como uma farpa em sua garganta.
Ele não tinha direito de se sentir traído - ela não lhe devia nada, e em pouco tempo os dois estariam separados para sempre - mas isso não importava.
Era irracional, vergonhoso, e mesmo assim o dominava completamente.
Nos últimos dias, a distância entre eles deixara de ser apenas emocional - tornara-se uma muralha que ele mesmo havia erguido, tijolo por tijolo, e agora não sabia como derrubar.
Eduardo tentava se convencer de que era melhor assim, que o controle o manteria são, mas a verdade o corroía em silêncio: estava pagando o preço de ter fugido dela.
Cada vez que o olhar de Vivian o atravessava, frio e impassível, algo dentro dele se desfazia - um arrependimento surdo, constante, que lhe roubava o ar.
A ideia do di