Quatorze anos antes… Eduardo
Sempre achou engraçado como o som do sinal da escola parecia o mesmo todos os dias - estridente, impessoal, quase autoritário.
Mas naquela manhã, ele não conseguia pensar em nada além da nova cartinha que encontrara dentro do armário.
O envelope lilás, dobrado com cuidado, tinha o mesmo perfume leve das outras - algo entre lavanda e papel novo.
Nenhuma assinatura. Só uma letra delicada, redonda, mal disfarçada que ele reconheceria em qualquer lugar.
“Você merece o mundo, mesmo que ainda não acredite nisso. Um dia, vai enxergar o que eu vejo em você. Te amo!”
Eduardo dobrou o bilhete devagar, tentando não sorrir.
Ele já sabia. Todo mundo sabia.
As cartas vinham quase todos os dias - e todas eram da mesma pessoa.
Vivian.
Ela achava que estava enganando alguém, mas os bilhetes tinham o jeito dela: as palavras doces, o cuidado, a forma como falava com o coração.
E ele… fingia não saber.
Talvez porque gostasse desse jogo silencioso - ou talvez porque ti