Vivian
Os flashes ainda ecoavam na memória de Vivian.
A exposição havia sido um sucesso absoluto - críticas entusiasmadas, convidados encantados. Foi o primeiro grande evento desde que voltara a trabalhar. A galeria estava crescendo, e, pela primeira vez em muito tempo, Vivian sentia que o trabalho tinha propósito.
Naquela noite, durante o coquetel de encerramento, ela caminhava entre os convidados com uma taça de espumante nas mãos e um sorriso leve, natural. O salão estava vibrante - música suave ao fundo, gargalhadas, conversas animadas.
Tomas se certificava de que todos fossem bem recebidos; Matheus, com seu dom de narrar histórias, encantava os compradores ao falar sobre cada obra exposta.
Mas, por um breve instante, algo a desestabilizou.
Sentiu-se observada.
Virou-se - e o mundo pareceu parar por um segundo.
Do outro lado do salão, entre o vai e vem dos convidados, uma silhueta familiar.
Alto, terno escuro, olhar fixo nela.
Eduardo.
Piscou - e ele já não estava mais lá.
Um refl