Eduardo
Eduardo estava em seu escritório, entre reuniões, o olhar fixo nas manchetes que se espalhavam pelas redes sociais.
“Famosa tela Horizonte Silencioso, de Victor Alencar, envolvida em escândalo de falsificação.”
“Galeria do pintor Matheus Azevedo é acusada de vender obra falsa.”
Por um instante, ele quase sorriu.
O pintor carismático, o queridinho da crítica, finalmente tropeçando.
Era feio admitir - e ele sabia disso -, mas um sentimento mesquinho de satisfação o percorreu.
- Finalmente o pintor metido a galã tropeçou… - murmurou, recostando-se na cadeira.
Até que leu o segundo parágrafo:
“A negociação da peça foi conduzida por Vivian Souza, responsável administrativa da galeria.”
O coração dele parou.
Vivian.
O sorriso morreu nos lábios.
Tudo o que sentia - orgulho, raiva, ciúme - se dissolveu num segundo.
O mundo pareceu encolher.
A respiração ficou curta.
O copo de uísque em sua mão trincou entre os dedos.
- Vivian… - sussurrou, como se o nome tivesse o poder de rasgar o a