AIYANA
Conseguir sair da casa sem Vardam perceber foi quase um milagre. Ou uma insubordinação bem coreografada da nossa parte.
Icarus sugou um pouco da barreira mágica com seu dom, criando uma pequena brecha para passarmos. Max subornou a tranca da garagem com um arrombamento meticuloso. E eu? Eu apenas segui em silêncio, sentindo o sangue cantar nas veias. O tipo de euforia que nasce quando você quebra regras que podem custar sua vida, mas que, mesmo assim, parecem valer a pena.
O carro de Arkan cheirava fumaça e couro velho.Um modelo antigo, com bancos de couro preto rachado e símbolos arcanos quase apagados sob o painel. O volante tinha a frieza metálica de um artefato esquecido. Eu sentei no banco de trás, o lugar onde me sentia menos exposta, menos vulnerável e puxei a bainha da faca que Max me deu, posicionando-a de forma que ficasse ao alcance da mão.
— Relaxa — Max disse, olhando pelo espelho retrovisor com aquele sorriso torto. — Se alguém tentar te tocar, perde a mão.
— Que