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Capítulo 3- A Emboscada

Luna Mayer

Enquanto isso, na Itália. Luna chegou cansada de mais um dia de trabalho em sua casa. Ao entrar, a atendente escorou o corpo cansado na porta. Não via a hora de tomar banho e dormir. Como de costume, antes de ir para seu quarto, passou pelo aposento do pai, Mateo, para verificar se ele já estava lá. Viu-o deitado e deduziu que ele já havia adormecido. Sem fazer barulho, seguiu para a cozinha.

— Bom, Luna, mais um dia de trabalho concluído. Vamos ver o que tem para comer.

Após pensar em voz alta, abriu a geladeira e começou a tirar os frios, ou melhor, o que restava, já que a geladeira estava quase vazia. Fez um sanduíche e preparou um suco com uma polpa de fruta para acompanhar. Comeu tudo ali mesmo. Em seguida, pegou o notebook e caminhou em direção ao sofá, sentando-se e colocando o computador sobre as pernas.

— Eron Garossy...

Ela pronunciou o nome dele enquanto digitava na barra de pesquisa e lia atentamente cada publicação sobre o homem que despertara sua curiosidade. Não encontrou muitas fotos, apenas algumas entrevistas e sites de fofocas que avaliavam o tamanho do patrimônio dele. Viu também algumas fotos em eventos com outros grandes empresários. Luna fixou o olhar no homem e ficou por alguns segundos admirando sua imagem. Não sabia explicar o motivo de estar ali olhando para a foto de um desconhecido, mas sabia que ele a intrigava.

— Faz tempo que chegou, filha?

Ela estava tão concentrada que levou um susto ao ouvir a voz do pai.

— Desculpe, filha, não tive intenção de te assustar.

Luna fechou a aba da pesquisa rapidamente e sorriu.

— O senhor não teve culpa alguma, eu que estava distraída vendo umas coisas no computador. Então, o que comeu?

— Por que está me perguntando o que eu comi?

— Não tinha nada no fogão, então deduzi que não comeu nada. Quer que eu faça um sanduíche para o senhor?

Luna colocou o computador no sofá e se dirigiu à cozinha, mas antes que pudesse abrir a geladeira, Mateo a interrompeu.

— Não, filha! Não se preocupe. Fui até a padaria do Loreto, tomamos café e comemos deliciosos pãezinhos de queijo juntos. Sente-se aqui, precisamos conversar.

Mateo caminhou até um dos sofás pequenos da sala de estar, composta por três sofás antigos. Luna voltou para o local e não demorou para sentar ao lado do pai, já que o cômodo onde moravam era dividido entre sala, cozinha e os dois quartos.

— Aconteceu alguma coisa, pai? — inclinou um pouco o tronco.

— Preciso ir ao Brasil — respondeu ele, sem olhar nos olhos dela, sabendo que, ao falar o motivo, ela ficaria triste.

— Por quê, pai? Aconteceu alguma coisa com a tia Giovana?

— Não precisa se preocupar, está tudo bem com a Gio. Porém, hoje à tarde ela me ligou dizendo que foi visitar o túmulo da sua mãe e percebeu que ele está precisando de alguns reparos, então pediu que eu fosse lá dar uma olhada.

Ela baixou a cabeça e olhou para as próprias mãos, que naquele momento apertava uma à outra. A sensação de angústia invadiu seu coração.

— Está tudo bem, Luna? — questionou ele, preocupado, pois sabia que ela se culpava pela morte da mãe e que, por carregar essa culpa, desenvolveu crises de ansiedade.

Quando criança, Luna descobriu que sua mãe morreu devido a complicações no parto. Desde então, colocou na cabeça que, se ela não tivesse nascido, sua mãe poderia estar viva. Mateo segurou uma das mãos dela, fazendo com que ela olhasse para ele.

— Luna, eu sei o que está passando na sua cabeça, mas, por favor, filha, não pense essas coisas. Mulheres morrem todos os dias por complicações relacionadas à gravidez ou ao parto em todo o mundo, e isso não tem a ver com o bebê.

— Quanto tempo vai ficar no Brasil?

— No máximo duas semanas.

— A última vez que falou isso, ficou quase dois meses.

Ela se levantou e colocou o computador sobre o móvel ao lado do sofá.

— Não tenho culpa, você sabe como é a sua tia, inventa um passeio para cada dia da semana e me faz visitar todos da família.

— Sinto falta dela.

Mateo se levantou e caminhou até Luna.

— Quer vir comigo? Sua tia vai adorar te ver.

— Não posso, pai! Minhas férias são só no final do ano.

— Se não quiser que eu vá, deixo para o final do ano.

— Nada disso! Ficarei bem, pode ir resolver o que precisa. Deixa eu ir para o quarto, preciso tomar banho e descansar um pouco.

---

Sobre Eron

Após algumas horas de prazer, a dançarina tentou fazer um carinho em Eron, mas foi impedida pelo homem, que segurou seu braço.

— Você usa muito bem a sua boca e é muito gostosa, mas é só isso. Agora pega a sua roupa e vaza — disse ele, levantando do sofá-cama onde estava deitado.

A dançarina ficou deitada no sofá, colocando o vestido sobre o corpo para se cobrir, sem acreditar nas grosserias que acabara de ouvir. Não que não estivesse acostumada, mas a mudança repentina no humor dele a impressionou.

— Você ainda não pagou! — disse, vestindo o vestido.

Eron voltou a atenção para a mulher que se vestia às pressas. Pegou a carteira e colocou um valor significativo sobre o sofá.

— Acho que esse valor paga os seus serviços — respondeu, vestindo a cueca e seguindo para o banheiro.

— Posso te fazer companhia no banho, se desejar — respondeu a mulher, satisfeita com o valor que viu.

— A única coisa que desejo é que você pegue o dinheiro e desapareça.

— Mas eu pensei que...

Ela ficou parada por alguns segundos tentando entender o que havia feito ou dito para provocar a mudança de humor de Eron. Saindo dos pensamentos, pegou o dinheiro e saiu às pressas.

Após o banho, Eron saiu enrolado em uma toalha felpuda azul turquesa, encheu mais um copo de whisky, pegou o celular e verificou se havia chegado alguma informação sobre o carregamento, se já estavam a caminho. Foi interrompido por batidas na porta.

— Entre, Vichenzo!

— Chefe!

O mafioso direcionou sua atenção ao homem que parecia assustado. Pela expressão, sabia que ele não traria boas notícias.

— Preciso que respire antes de falar, Vichenzo.

— Chefe, nossos inimigos armaram uma emboscada no local do carregamento. Quando nossos homens estavam terminando de carregar o caminhão, foram surpreendidos. Houve troca de tiros, e o pior é que a quantidade de homens que os esperavam era muito maior. As informações são de que Xavier levou um tiro de raspão e...

Antes que terminasse, Eron gritou:

— COMO ESTÁ O MEU PAI?

— Infelizmente, Don não resistiu aos ferimentos.

As feições de Eron se contorceram; ele não podia acreditar no que ouvia. Pela primeira vez, havia errado ao perder a paciência e atirar no prisioneiro sem dar crédito ao que ele falava.

— Chefe!

Ele ficou em silêncio, a dor invadiu-o de tal forma que era possível sentir um gosto amargo enquanto engolia a notícia dada por um dos seus homens de confiança.

— Onde está o corpo dele? — perguntou, sem olhar para Vichenzo.

— Está sendo levado para a residência da família, senhor.

— Que merda de soldados são esses que não conseguiram proteger seu chefe? — consumido pela raiva, Eron arremessou o copo de whisky contra a parede.

— Armaram uma emboscada, senhor. Nossos homens estavam fazendo o carregamento quando começaram os ataques.

Em um lampejo rápido, o mafioso lembrou das palavras do prisioneiro que matara no galpão. O ódio percorreu todo seu corpo. Eron estava consumido pela raiva e sedento por vingança. Os culpados pela morte do pai teriam que pagar com suas próprias vidas, nem que fosse a última coisa que fizesse na vida.

O soldado colocou uma mão reconfortante no ombro do chefe, tentando transmitir conforto.

— Sinto muito, senhor. Sei o quanto seu pai significava. Mas agora precisa se manter forte. A máfia está em estado de alerta, e precisamos lidar com essa situação da melhor maneira possível.

— Com licença, preciso me trocar para dar apoio à minha mãe — disse com tom gelado.

---

DUAS SEMANAS DEPOIS

O luto trouxe tristeza, mas a perda repentina do pai deixou Eron ainda mais frio e inflexível. Os dias passaram e, conforme o tempo, a dor foi amenizando. Em mais um dia comum, o mafioso assistia ao jornal local em seu quarto. A notícia forjada sobre o assalto que tirou a vida do empresário Félix Garossy explodiu como pólvora. A mídia comprou rápido o que Eron quis que noticiassem — uma das vantagens que o dinheiro podia oferecer. Ele desligou a TV, levantou da cama e caminhou até o móvel ao lado, com o celular na mão, ligando para Xavier, precisando dar continuidade aos negócios. Afinal, todo o patrimônio construído com o dinheiro da máfia dependia dele.

— Xavier.

— Oi, chefe!

— Esteja na minha casa o mais rápido possível.

— Ok.

Se havia algo que Eron podia contar era com a eficiência de Xavier. Bastaram alguns minutos para ouvir batidas na porta.

— Entre!

— Vamos para algum lugar, Eron? — Xavier perguntou surpreso ao vê-lo vestido com um dos ternos.

— Sim! Vamos ao prédio onde será inaugurada a casa noturna. O arquiteto mandou uma mensagem esta manhã pedindo para ver os últimos reparos.

— Quando pretende abrir?

— Neste fim de semana. Não quero perder mais tempo. Ficar preso nesse quarto não trará o Don de volta. Precisamos prosseguir.

— Não esperava menos de você.

Eron saiu do quarto acompanhado por Xavier.

Ao entrar no carro, percebeu que o livro que comprou na livraria continuava do mesmo jeito que jogara. Pegou a sacola, tirou o livro de dentro e, em frações de segundos, recordou da moça sorridente e intrigante que o atendera. Seu olhar ficou fixo no pacote.

— Desculpe, Eron, eu deveria ter jogado no lixo, mas com os últimos acontecimentos passou despercebido.

— Não tem problema! — respondeu o criminoso.

— Posso pedir para o González jogar, se desejar.

— Já disse que não precisa se preocupar. O livro vai ficar comigo.

Continua...

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