NARRADOR
O silêncio que se seguiu à pergunta de Alexandre era mais ensurdecedor que o tapa. O eco da violência pairava no ar do hall de mármore, congelando Lia, Lídia e Maria, que observava horrorizada da porta da cozinha.
Alexandre fechou a porta atrás de si e correu até a namorada.
— Lídia, meu Deus! O que aconteceu? Seu rosto!
Lídia se aproveitou do desespero de Alexandre imediatamente. Ela começou a chorar, um som alto e teatral que parecia ensaiada.
— Ela me atacou, Alexandre! Eu só estava questionando sobre a ausência dela e as... as indecências que ela tem feito nesta casa! E ela me atacou!
Lídia levou a mão ao rosto, garantindo que Alexandre visse a marca vermelha do tapa de Lia.
— Eu nem toquei nela! Eu só pedi que ela respeitasse nossa casa, nosso relacionamento, e ela me agrediu
Alexandre se virou para Lia. Ele estava lívido. Sua fúria não era mais a raiva controlada da madrugada, mas um choque frio. Seus olhos varreram o meu rosto, o cabelo desgrenhado, a exaustão por baix