LIA
O almoço com Marcelo havia drenado minhas últimas reservas de energia. Eu consegui tirar o máximo de Durval, mas o esforço para parecer a "executiva ambiciosa" era quase insustentável.
Eu mal consegui chegar ao apartamento de Ana.
— Rápido, Ana! Tira isso de mim! — Eu joguei a peruca ruiva no chão e comecei a desabotoar o vestido.
Ana trabalhou com a urgência de uma enfermeira em emergência. O corretivo para cobrir a tatuagem falsa foi removido, a maquiagem de carvão foi esfregada com óleo demaquilante, e o vestido de coquetel foi embalado às pressas na bolsa escura. Em dez minutos, eu era Lia novamente: cabelo preso, sem maquiagem e visivelmente pálida.
— Você está acabada — disse Ana, me entregando a roupa de babá. —Maria disse que a Lídia já está sabendo do beijo.
— Eu sei. — Eu vesti a camisa e a calça escura de qualquer jeito. — Miranda viu. Ela me deu um sorriso que valia uma sentença de morte. Eu preciso ir. Lorena está saindo da escola.
Eu corri para a mansão, chegando ex