LIA
Respirei fundo três vezes antes de tocar a campainha. A mansão de Alexandre parecia ainda mais opulenta sob a luz da tarde. Meu coração batia no ritmo de um tambor ansioso: precisava deste emprego para viver, e precisava ir embora a tempo para meu outro trabalho, o que me forçava a pagar para sobreviver.
A porta se abriu antes que eu sequer terminasse a terceira respiração. Maria, a vizinha e agora colega de trabalho, sorria aliviada.
— Ah, Lia! Que bom que chegou! Estava começando a ficar... complicado.
— Complicado? Aconteceu alguma coisa com Lorena?
— Com Lorena, não. Com a Lídia. — Maria sussurrou, e eu senti que algo grande tinha acontecido. — Ela está no escritório do Sr. Alexandre, furiosa.
Eu mal tive tempo de assimilar as palavras quando uma figura escandalosamente brilhante surgiu no corredor, parecendo um meteoro de raiva e purpurina.
Era Lídia. Seu terno de marca estava amassado, e seu rosto… bem, seu rosto estava coberto por uma camada espessa e azul de glitte