LORENA
Eu bati o pé no tapete da entrada. A tia Maria me disse que eu precisava aprender a ser paciente, mas a paciência da a minha se foi e nunca mais voltou. O cheiro da casa era de café forte, e isso queria dizer que o papai já estava no escritório. Que bom. Assim não precisava fazer a cara de anjo para ele.
A tia Maria veio correndo. Ela é a melhor, porque me dá cookies escondido e nunca grita.
— Oi, meu amor! Como foi o dia na escola?
— Chato. A boneca da Valentina se afogou na piscina de mentira. E o papai?
— No escritório. Mas já, já ele desce. Venha almoçar.
Eu não queria almoçar. Eu queria a Lia que Gosta de Bagunça. Ela me prometeu uma bagunça artística! As outras babás não deixavam. Elas só deixavam fazer massinha de modelar, e massinha de modelar é coisa de bebê. Eu sou uma menina de sete anos. Sete anos inteiros!
Depois de almoçar e de um banho rápido — a tia Maria me fez vestir uma calça jeans e uma blusa de manga que pinica, porque disse que "não estava calor para ves