LIA
Eu cheguei ao Hospital Santa Emília ofegante, a roupa amarrotada e o cabelo desgrenhado. Minha aparência era o oposto do que Alexandre esperava de uma babá; eu parecia uma fugitiva.
Alexandre estava no corredor, tenso, mas seus olhos se iluminaram com um alívio irracional ao me ver.
— Lia! Você veio!
— Onde está a Lorena? — Eu ignorei a culpa e o beijo, focando apenas na menina.
— Está na UTI pediátrica, mas está estável. Eles induziram o sono para monitorar a reação à dose excessiva. O médico está aqui.
Nesse momento, Lídia saiu de dentro da sala de espera, com o rosto inchado e uma expressão de pura fúria ao me ver.
— O que essa mulher está fazendo aqui? — Lídia perguntou a Alexandre, a voz um sibilo venenoso. — Eu disse a você que não a queria por perto! Você a demitiu!
— Eu a chamei, Lídia. — Alexandre interveio, a voz firme. — Lorena precisa dela.
— Eu sou a madastra dela! E eu não preciso dessa marginal aqui! Olhe para ela, Alexandre! Ela parece uma... uma prostituta de rua,