ALEXANDRE
A volta para casa foi silenciosa e tensa. Lorena, ainda pálida, dormia no colo de Alexandre no banco de trás do carro, frágil e inconsciente. Ele a havia tirado do hospital contra a vontade de Lídia, exigindo que o tratamento continuasse em casa sob vigilância médica particular. Lídia, por sua vez, estava no banco do passageiro, com o rosto impassível, tramando.
Alexandre sentia-se um fracasso total. Ele havia falhado em proteger a filha de um perigo externo e de um perigo interno.
Assim que chegaram à mansão, ele carregou Lorena para a cama. Lídia nem se ofereceu para ajudar, limitando-se a subir as escadas.
Quando Alexandre desceu, Lídia o esperava no hall, iluminada pelas luzes de cristal. Seu semblante não era mais de vítima, mas de estrategista vitoriosa.
— Preciso falar com você, Alexandre. Agora.
Alexandre a seguiu até o escritório. O cheiro de Lídia, que sempre foi luxuoso, parecia agora sufocante.
— Estou ouvindo, Lídia. Mas se for para falar de Lia, poupe-me. Eu j