ALEXANDRE
A luz fria e pálida do Hospital Santa Emília era o cenário perfeito para sua culpa. Alexandre andava de um lado para o outro na sala de espera particular, o blazer jogado sobre a cadeira. Lídia estava sentada, mexendo no celular e reclamando em voz baixa.
— Por que está demorando tanto? E pare de andar, Alexandre! Você vai abrir um buraco no chão . — Lídia suspirou. — E eu espero que você não tenha ligado para a Lia. Se aquela selvagem aparecer aqui, eu vou...
— Cale a boca, Lídia. — Alexandre cortou-a, a voz perigosa e fria. — Você já fez o suficiente.
Lídia recuou, chocada com a dureza de Alexandre, mas ele não se importava mais com ela. Ele só via Lorena, inerte nos braços de uma enfermeira.
O médico havia confirmado a overdose por dosagem incorreta. Lorena ficaria bem, mas precisaria de cuidados e vigilância intensos. E ele sabia que Lídia era a última pessoa que Lorena precisava ver ao acordar.
Alexandre pegou seu celular pessoal e discou o último número que tinha de L