LIA (Lua)
O Lux naquela noite parecia mais um calabouço de mármore do que um salão de festas. Eu sorri, flertei e dancei com Durval por perto, sentindo-me a cada minuto mais longe da babá que Lorena precisava. A adrenalina da fuga me mantinha alerta, mas o cansaço era uma névoa fria.
Durval me usou como isca para fechar negócios com três clientes asiáticos, e eu passei a maior parte do tempo repetindo frases de efeito enquanto meu cérebro calculava o tempo.
A despedida foi rápida.
— Encontro-se com Marcelo amanhã ao meio-dia, Lua. Preciso que ele assine o contrato. — Durval ordenou, sem sequer olhar para mim.
O carro preto me deixou na esquina da Rua das Acácias às 00:40
A volta foi o dobro do medo. A noite estava mais fria, e os seguranças noturnos pareciam mais alertas. Corri pela rua deserta, a bolsa escura balançando.
Cheguei ao muro, o vestido vermelho rasgando levemente na subida apressada. Pulei, caindo na grama úmida. O cheiro de grama e terra era um lembrete do quão longe eu